quarta-feira, 3 de julho de 2013

O Desgoverno

De todo um infinito leque de temas de conversa, existe apenas um que eu sei que não consigo ter com o meu homem. Acabo sempre de mau humor e sinto que devo ser a única portuguesa a ver realmente as coisas como elas são. Esse tema é Política.
Ontem, com aquela fantochada toda, o meu homem saiu-se com qualquer coisa como "isto vai trazer instabilidade política!". Eu páro, dá-me um frio no estômago e lembro-me de pensar: instabilidade política? Nós vivemos os dois no mesmo país? Porque no país em que eu vivo, existe instabilidade, pelo menos desde 1987 (ano em que nasci, antes disso, não tenho grande opinião). "Não via o Coelho como alguém que só quisesse poder".
Bem, de facto, devo ser só eu mesma a ver as coisas desta maneira. Tínhamos tudo para ser uma Dinamarca, um país em que poderíamos todos viver no limite da decência, felizes, auto-suficientes, em vez de andarmos a olhar para o que o vizinho do lado tem e nós não. Bastaria não andarmos a apoiar esta cambada de políticos/corruptos e tirar aquele senil do poleiro (que, diga-se de passagem, não foi com o meu voto).
Eu sei que este país nunca vai passar disto. A Espanha se está descontente distribui lambada forte e feia, a Turquia faz o mesmo, a Grécia idem aspas, até o Brasil (o povo mais semelhante a nós). Mas nós, não. Para nós, desde que haja praia, sol, e fim-de-semana, a coisa até se vai compondo. E todas as eleições serão sempre a mesma merda porque o zé povinho em vez de exercer o seu direito ao voto (branco, nulo, no partido x ou x) vai, inevitavelmente, passar esse dia a fazer praia.
Nós somos fracos.
E o que temos lá em cima é exactamente o nosso reflexo.
Mais corrupção, menos corrupção.
Mas não me fodam e não me passem o telejornal e as noticias da rádio sempre com a mesma merda. Até musicas engraçadas se fazem.
E o zé povinho acha mesmo piada.

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